quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ludwig van Beethoven


(minha tradução do primeiro programa sobre Beethoven, escute através do link abaixo)



Os compassos iniciais da Quinta Sinfonia de Beethoven são talvez a música mais (re)conhecida  mundialmente já escrita, e o homem que a criou, Ludwig van Beethoven, é provavelmente um dos compositores mais importantes de todos os tempos.
Ludwig van Beethoven nasceu em Bonn, Alemanha, em 1770. Seu pai era cantor e trabalhava como músico da corte em Bonn, porém não era muito confiável e já na sua adolescência  Beethoven acabou ele mesmo sustentando sua família como músico da corte. Tocava violino, viola e, mais que todos os outros, instrumentos de teclado.
Bonn
*
O príncipe que empregava o jovem Beethoven o mandou para Viena, que era o centro musical da época. Lá ele tocou para Mozart, que depois comentou com seus amigos, muito impressionado: “Não percam de vista esse jovem artista, um dia ele vai dar ao mundo o que falar”. Uma vez tendo sentido o gostinho de Viena, Beethoven decidiu-se mudar para essa cidade. Seu objetivo era estudar com Mozart, porém este logo faleceu e Beethoven foi estudar com outro grande compositor, Haydn.
casa de Beethoven em Viena
*
Haydn era uma pessoa tranquila e fácil de se conviver, porém Beethoven era intempestivo e intenso, por essa razão a parceria dos dois (aluno/professor) não durou muito tempo. Durou o tempo necessário para Beethoven absorver que seu mestre sabia fazer de melhor: como quartetos de cordas, por exemplo. Beethoven ficou logo famoso em toda Viena como grande músico, conhecido mais como pianista talentoso. Quando Beethoven tinha 30 anos ele percebeu que tinha que deixar a carreira de pianista concertista, pois estava ficando surdo. Depois de certo tempo, não conseguia ouvir a orquestra para manter o pulso junto com os músicos; também mal conseguia-se ouvir tocando piano. O gênio de Beethoven era tal que, embora sem poder escutar música com os ouvidos, ouvia a música mentalmente, continuando a compor assim mesmo.

W. A. Mozart e Joseph Haydn

No tempo de Beethoven, os compositores eram considerados serviçais, porém Beethoven se recusou a ser tratado como um simples lacaio por seus patronos (membros da nobreza que pagavam por seu trabalho). Ele tinha consciência que era único e disse isso numa carta para um de seus patronos:  “Existem e existirão milhares de príncipes e nobres, porém existirá somente um Beethoven”.


Beethoven escreveu nove gloriosas sinfonias (mais sobre essas  e sua música para piano nos próximos programas). Também escreveu música de câmara, balés, música sacra, canções e  uma ópera. Não tinha receio de mudar suas obras quando achava que não estavam a contento. Esta é uma das quatro tentativas de polir a abertura para uma de suas óperas:
*
Entre a Revolução Francesa e as Guerras Napoleônicas, Beethoven viveu numa era de grandes mudanças políticas, na verdade ele criou uma revolução individual, tomando as formas musicais elegantes que Mozart e Haydn usavam e utilizou-as em sua obra com características fortes e apaixonadas.
*
Mesmo durante sua vida Beethoven já era famoso por toda a Europa, vinte mil pessoas compareceram a seu enterro. Anos após sua morte os compositores viveram sob a sua sombra temerosos de talvez nunca poderem escrever música à altura do grande gênio. (Na próxima semana: Beethoven e o piano).

domingo, 14 de outubro de 2012

A história de Háry János


(Esta é uma tradução livre de um podcast sobre música clássica para crianças - o link está abaixo)

Háry János







Você poderia imaginar como seria um “espirro” seria representado em música?
Zoltan Kodály começou sua ópera Háry János com um grande “espirro musical”, isto porque há uma superstição húngara que diz se você espirra enquanto está contando uma história, então a história será verdadeira.


Háry János  era uma pessoa real, porém era afeito a contar grandes mentiras.
Como os sobrenomes em húngaro vêm antes do nome chamaríamos ele então János Háry (János é o mesmo que João em húngaro).


Na época em que a Hungria era ainda parte da Áustria, Háry János lutou no exército austríaco contra Napoleão Bonaparte; Háry era soldado raso (o nível mais baixo). Assim que deixou o exército ele se tornou uma lenda (em sua própria imaginação). Primeiramente ele contou que resgatou a filha do Imperador da Áustria, e em agradecimento, ela o levou para Viena, onde ela vivia em um castelo que possuía um maravilhoso relógio musical.


Háry tinha ficado noivo de uma bela moça húngara em sua cidade natal. Ela o seguiu para Viena e os dois então se viram em apuros, pensando numa maneira de voltar de novo para casa. Para esta parte da ópera Zoltan Kodály usou música folclórica húngara de verdade e instrumentos folclóricos autênticos.

Esse instrumento diferente que ouvimos é um cimbalom (C-I-M-B-A-L-O-M). É um instrumento que podemos considerar como parente próximo do “Hammered Dulcimer”, usado em muitas músicas folclóricas norte-americanas.
Enquanto isso, de volta ao rancho vienense, um melhor,  ao castelo, o exército de Napoleão chega.

Tenho quase certeza que quem escreveu a música do filme “O Mágico de Oz” conhecia a ópera Háry János. Quando o próprio Napoleão aparece, dá para perceber pelo eco do hino francês que escutamos na orquestra.
De acordo com Háry János, ele derrotou sozinho Napoleão e o mandou de volta para a França rastejando.

Após tudo isso houve uma grande comemoração com o “verbum kosh”, uma dança antiga húngara usada para atrair os jovens para o exército.
Como essa dança é baseada em música folclórica húngara, ouve-se o cimbalom novamente. Finalmente, o Imperador da Áustria e os membros de sua corte surgem. Neste ponto Háry poderia ter se casado com a filha do Imperador (segundo ele), porém decidiu casar-se com sua noiva e se tornar oleiro, e se tornou então “Háry, the Potter”.

Eis aqui um link para a Suíte Orquestral, regida pelo grande maestro húngaro Sir Georg Solti:
http://www.youtube.com/watch?v=l4CJOUiwguQ&feature=related


sexta-feira, 23 de julho de 2010

la Mer (O Mar)

Erik satie disse que gostava particularmente daquele trecho "mais ou menos às 10 e meia"... Eu já prefiro aquele aos 5min e 20.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Das Veilchen de Mozart (Goethe)

Das Veilchen

Johann Wolfgang von Goethe

Ein Veilchen auf der Wiese stand,
Gebückt in sich und unbekannt:
Es war ein herzig’s Veilchen.
Da kam ein’junge Schäferin
Mit leichtem Schritt und munter’m Sinn
Daher, daher,
Die Wiese her und sang.

Ach! denkt das Veilchen, wär’ich nur
Die schönste Blume der Natur,
Ach, nur eine kleines Veilchen,
Bis mich das Liebchen abgepflückt
Und an dem Busen mattgedrückt,
Ach nur, ach nur
Ein Viertelstündchen lang!

Ach! Aber ach! das Mädchen kam
Und nicht in acht das Veilchen nahm,
Ertrat das arme Veilchen
Es sank und starb und freut’sich noch:
Und sterb’ich denn, so sterb’ich doch
Durch sie, durch sie,
Zu ihren Füßen doch!

Das arme Veilchen!
Es war ein herzig’s Veilchen.

Obs: de acordo com meus parcos conhecimentos de alemão, “das” denota que o gênero é neutro.

The Violet

Johann Wolfgang von Goethe

A violet stood in the meadow,
modestly retiring and obscure-
it was a sweet little violet.
Then a young shepherdess,
light of step and gay of heart,
came along
through the meadow singing.

“Ah”, thinks the violet,
“if only I were Nature’s loveliest flower,
even but for a little while,
so that the darling girl might pluck me
and press me to her bosom,
even for
a mere quarter of an hour!”

But alas! Alas! The girl came by,
and, never noticing the violet,
crushed the poor violet underfoot.
Yet even as it fell and died it rejoiced:
“Though I die, at least I die
through her, through her,
at her very feet!”

The poor violet!
It was a sweet little violet.

A Violeta

Johann Wolfgang von Goethe

Estava uma violeta na pradaria
envolta em si mesma e despercebida;
era uma pequena e doce violeta.
Então veio uma pastorinha,
de passos leves e coração alegre
cantando aqui e acolá através dos campos.

Ah, pensa a violeta,
se eu pudesse ser a mais bela flor da Natureza,
fosse só por um instante fugaz,
de modo que a bela garota pudesse me colher
e me colocar junto a seu seio
por um mero quarto-de-hora!

Porém, ai! Ai! Veio a garota e,
sem se dar conta da flor,
esmagou a coitada sob seus pés.
Ainda, enquanto caía e morria, ela se regozijava:
é certo que morro, pelo menos morro por causa dela
por ela morro sob seus mesmos pés!

Pobre violeta!
Era uma pequena e doce violeta.

vertido do inglês por Clodoaldo, 2008.
ouça a peça com música de Mozart K. 476 (1785) em www.blip.fm na interpretação da soprano Kathleen Battle acompanhada por J. Levine

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Modos (tradução da Wikipedia)

MODOS MUSICAIS

Em Música, um modo é uma série ordenada de intervalos musicais definidos a partir de uma nota principal, sua tônica. Contudo, modo é usado no sentido de escala aplicado somente para algumas escalas específicas. O uso de mais de um modo é o que chamamos de polimodal, como em “cromatismo polimodal”. Enquanto toda a música tonal pode ser tecnicamente descrita como modal, a música chamada “modal” muitas vezes tem menos funcionalidade diatônica e muda menos freqüentemente de tonalidade do que outros tipos de música.

MODOS GREGOS

A música praticada na Antigüidade Grega se referia a escalas no contexto de modos “escalares”. Os modos gregos eram denominados em honra a cidades que preferiam um certo modo a outro no passado. Eram eles:

Jônio (ou Jônico)
Eólio e Lócrio
Dórico e Hipodórico
Frígio e Hipofrógio
Lídio, Hipolídio e Mixolídio

O filósofo grego Platão sentia que tocar música em um modo particular suscitaria certos comportamentos específicos associados àquele modo. Ele aconselhava soldados a escutar música nos modos Dórico e Frígio para que isto os tornassem mais fortes, porém os modos Lídio e Jônio deveriam ser evitados por terem qualidades opostas, isto é, tornavam as pessoas mais calmas.

MODOS ECLESIÁSTICOS

Há uma confusão comum de que os Modos Eclesiásticos da Música Medieval Européia descendiam diretamente da noção grega de modalidade. De fato, os Modos Eclesiásticos se originaram no século IX. Autores daquele período interpretaram erroneamente um texto de Boécio, um erudito do século VI que havia traduzido a teoria musical grega para o Latim. Mais tarde no século XVI, o teórico suíço Henricus Glareanus publicou Dodekachordon, onde ele solidificaria o conceito dos Modos Eclesiásticos, adicionando quatro modos adicionais: Eólio, Hipoeólio, Jônio e Hipojônio. Logo os nomes dos modos usados hoje em dia na verdade não refletem perfeitamente aqueles usados pelos gregos antigos.

Os oito Modos Eclesiásticos, ou Modos Gregorianos, podem ser divididos em quatro pares, cada par possuindo a mesma “nota final” ou tônica. A maioria dos cantos num certo modo começava na nota final daquele modo, e se esperava que terminasse na mesma nota final. O par também compartilha cinco notas centrais da escala. Se a “escala” é completada adicionando-se as três notas superiores, o modo é denominado “autêntico”, enquanto que se a escala é completada adicionando-se as três notas inferiores, o modo é denominado “plagal” (sério).

Os pares são organizados de uma maneira que modos que compartilham a mesma nota final são identificados com o mesmo número, com os números ímpares para os autênticos e os números pares para os plagais.

Cada modo tem uma nota “dominante” ou “nota de recitativo”, a qual é o tenor no canto do salmo. As notas dominantes dos modos autênticos começas uma quinta acima da nota final, enquanto que nos plagais elas estão uma terça acima. Contudo, as dominantes dos modos 3, 4 e 8 subiram um degrau durante os séculos X e XI (meio tom nos modos 3 e 8: si para dó; um tom inteiro no modo 4: sol para lá).

Somente um acidente era permitido no Canto Gregoriano (a nota si poderia ser abaixada de um semitom: si bemol). Isto normalmente (mas nem sempre) ocorria nos modos 5 e 6, sendo opcional nos outros modos.


Dada a confusão gerada pelas terminologias antiga, medieval e moderna, hoje em dia é mais prático o uso da designação tradicional dos modos com numerais romanos de I a VIII, ao invés do sistema de nomeação pseudo-grega.

USO DOS MODOS ECLESIÁSTICOS

A música antiga usava largamente os Modos Eclesiásticos. Os modos indicavam um som primário (uma final); a organização dos sons em relação à final; uma certa tessitura; fórmulas melódicas associadas a eles; lugar e importância das cadências; afeto musical (isto é, afeto emocional). Alguns teóricos acham que os modos não deveriam ser equiparados a escalas, que fatores tais como organização melódica, colocação das cadências e afeto emocional são essenciais ao conteúdo modal nos períodos Medieval e da Renascença.

A teoria do Canto Gregoriano foi quase que inteiramente formulada após a composição dos cantos mais antigos, os quais não foram compostos com a intenção de se enquadrar em qualquer modo em particular. Por esta razão, sua qualificação pode ser somente aproximada. Mais tarde os cantos foram escritos com a consciência da existência dos oito modos.

MODOS MODERNOS

A concepção moderna das escalas modais é a de um sistema onde cada modo é a escala diatônica usual, porém com uma diferente tônica. Intervalos nas escalas modais



Três modos são qualificados de “maior”, enquanto quatro são qualificados de “menor”. O modo Lócrio é considerado mais teórico do que prático. Estas qualificações se referem ao intervalo de terça a partir da tônica (maior ou menor).

São maiores: Lídio, Jônio e Mixolídio.
São menores: Dórico, Eólio, Frígio e Lócrio.

USO DOS MODOS MODERNOS

Os modos voltaram a ser usados algum tempo depois do desenvolvimento do jazz (jazz modal) e nas músicas do século XX e contemporânea.

O uso e a concepção de modos e música modal hoje em dia é diferente dos mesmos na Música Antiga. Qualquer comparação entre os usos antigo e moderno dos modos deve reconhecer que a música de hoje é composta sobre uma fundação de três séculos de música tonal, o que permite um diálogo entre as duas tradições.

O modo Jônico é na verdade outro nome para o modo maior, no qual grande parte da música ocidental é baseada. O modo Eólio fornece as bases para a escala mais comum ocidental; contudo, uma composição escrita inteiramente no modo Eólio usaria somente as sete notas da escala eólica, enquanto que muitas composições no modo menor levam acidentes no sexto e no sétimo graus para que as harmonias e melodias funcionem melhor.

Além do modo Jônico e dos modos menores modernos (harmônico/melódico), os outros modos têm uso limitado hoje em dia. A música folclórica é muitas vezes analisada em termos de modos. Por exemplo, na música irlandesa tradicional os modos Jônio, Dórico, Eólio e Mixolídio estão presentes; o modo Frígio é característica do Flamenco. O modo Dórico é também usado na música folclórica de povos latinos, enquanto que o Frígio é encontrado na música centro-européia ou música árabe estilizada, sendo ele natural ou Frígio harmônico (o qual tem a terça elevada – a “escala cigana”). O modo Mixolídio é bastante comum no jazz e em outras formas de música popular. Por seu caráter de “terra dos sonhos”, o modo Lídio é freqüentemente ouvido em trilhas sonoras e música para vídeo-games.

Algumas obras de Beethoven contêm inflexões modais; Chopin, Berlioz e Liszt empregaram largamente os modos. Os modos também influenciaram a música russa do século XIX, com compositores tais como Mussorgsky e Borodin; muitos compositores do século XX se inspiraram nesta corrente na sua incorporação dos elementos modais, incluindo Claude Debussy, Leos Janacek, Ralph Vaughn-Williams entre outros. Zoltán Kodály, Gustave Holst, Manuel de Falla usaram elementos modais como um pano de fundo diatônico, enquanto que Debussy e Béla Bartók substituíram a tonalidade diatônica pela modalidade.

ACORDES QUE INVOCAM MODOS

No jazz, os modos da escala maior são comumente tocados sobre acordes específicos. Os exemplos de acordes abaixo são para a tonalidade de Dó maior. Por exemplo, sobre um acorde Fmaj7#11 é tocado o modo Lídio em Dó.

Apesar de ambos os modos Dórico e Eólio serem tocados sobre um acorde de sétima menor (m7), o modo Dórico é mais comumente usado em jazz tradicional por causa da consonância natural de 6.a (ex: si sobre Dm7), em oposição à 6.a menor no Eólio. Igualmente, em vez do Lócrio, muitos músicos de jazz tocam o 6.o modo da escala melódica menor sobre um acorde meio-diminuto (m7b5), por causa da 9.a natural daquele modo. O acorde “susb9” é freqüentemente tocado usando-se o 2.o modo da escala melódica menor em vez do Frígio por causa da 6.a natural.

OUTROS TIPOS DE MODOS

Na teoria musical moderna, escalas que não sejam a escala maior algumas vezes têm o termo “modos” aplicados a elas. Isto é notado, por exemplo, na “Harmonia da Escala Melódica Menor”, a qual é baseada nos sete modos da escala melódica menor, gerando escalas interessantes.

Muitos destes acordes são bastante usados no jazz; os acordes menor/maior, 7#11 e alt. foram muito comuns na era Bebop, enquanto que na era Coltrane e jazz tardio se usa muito acordes susb9. Maj#5 é menos comum, aparecendo nas composições de Wayne Shorter.

Apesar do termo “modo” ser ainda usado nestes casos (e é útil no reconhecimento que estas escalas têm uma geratriz comum – a escala menor melódica), os músicos ainda entendem como modos o Dórico, Frígio, Lídio, Mixolídio, Eólio e o Lócrio.

CARACTERÍSTICAS DOS MODOS MODERNOS


Cada modo é construído sobre degrau da escala e possui estruturas harmônicas o que lhes confere sua identidade sonora:

· O modo Jônico invoca um acorde V7 e é onde este acorde ocorre naturalmente. “Maior” se refere ao modo Jônico. Exemplos: “Parabéns a Você”, “Brilha, brilha estrelinha”.

· O modo Dórico tem sua sexta nota abaixada em relação ao modo Eólio, gerando acordes IV maior e II menor. Exemplos: “Greensleeves”, Sexta Sinfonia de Jean Sibelius.

· O modo Frígio tem a segunda nota abaixada em relação ao Eólio, o que cria seus acordes característicos bIImaior e v diminuto. Este modo é bastante comum no estilo flamenco e é também chamado de modo “espanhol”. Exemplos: “So Cold The Night”(Jimmy Somerville), “White Rabbit”(Jefferson Airplane), a abertura do segundo movimento da Quarta Sinfonia de J. Brahms.

· O modo Lídio tem sua quarta nota elevada em relação ao modo Jônico, gerando acordes do tipo iv diminuto, vii menor e II maior. O tema do desenho animado “Os Simpsons” é um exemplo comum do modo Lídio, apesar da sua sétima abaixada qual o colocaria tecnicamente no modo derivado “Lídio Dominante”.

· O modo Mixolídio tem sua sétima nota abaixada em relação ao Jônico, criando acordes I7, v menor e VII maior. Há também o acorde iii diminuto, porém este quase não é usado em composições modais. Exemplos: “Asa Branca” (Luiz Gonzaga), “Norwegian Wood”(Beatles), “The Visitors” (ABBA). O nosso Baião, o Jazz e o boogie woogie são freqüentemente escritos neste modo. Gaitas de fole escocesas, as quais tem a nota si bemol como tônica, geralmente tocam no modo Mixolídio, com sua sétima nota um quarto de tom mais alta.

· O modo Eólio tem abaixadas sua terça, sexta e sétima notas, seus acordes característicos são iv e v. Há uma leve diferença entre uma composição no modo Eólio e uma composição no modo menor, por causa da alteração no sexto e sétimos graus da escala menor para gerar acordes IV e V. O modo Eólio é também chamado de Escala Menor Natural (Pura). Exemplos: o solo de guitarra de Led Zeppelin na música “Achilles Last Stand”, “Summertime” (George Gershwin).

· O modo Lócrio tem abaixadas sua segunda e quinta notas em relação ao Eólio, gerando o acorde i diminuto. Isto torna quase impossível se estabelecer uma tonalidade. Poucas peças foram escritas neste modo, ainda assim usando certos acordes alterados para estabelecer um centro tonal.


REFERÊNCIAS:

“Church modes” e “properties of musical modes” – Wikipedia (Internet)

Termos musicais (Alemão)

PEQUENO GLOSSÁRIO DE TERMOS ESTRANGEIROS EM MÚSICA

ALEMÃO

A
A, nota lá
ab, fora (tirar...)
abdämpfen, abafar
aber, mas
absetze, ,remover
abwechselnd, alternando
abwogend, em ondas
acht, oito
Achtel, colcheias
alle, todos(as)
alles, tudo
allmählich, allmählig, gradualmente
als, como, que
altväterisch, fora de moda
am, no(a) / para o(a)
A-moll, lá menor
an, para
andere, outro
Andern, outros
Anfang, começo
angehalten, lento
anhaltend, mais lento
Anmerkung, nota
Art, maneira
atmen, respire
auch, também
auf, acima / no ar
auf, G na corda sol
auf und abwogend, surgindo e desaparecendo (em ondas)
aufgestellt, localizado/ tocado
Ausdruck, expressão
ausdrucksvoll, com muita expressão
ausklingen, morrendo / desaparecendo o som
ausschlagen, pulsação / reger
äusserst, extremamente

B
B, si bemol
Bach Werke-Verzeichnis, catálogo temático das obras de J.S. Bach, editado por W. Schmieder
bedächtig, lento
bedeutend, significativamente
befestigt, anexo / ligado
beginnend, começo
beiden, ambos
belebend, mais animado
belebt, animado
beruhigend, tornando-se (gradativamente) mais calmo
beschleunigend, tornando-se (gradativamente) mais rápido
bestimmt, marcato
bewegt, agitado
bewegter, mais agitado
BWV, ver Bach Werke-Verzeichnis
bezeichnet, indicado
bis, até (este ponto)
bis zum, até o
Bogen, arco(s)
Bögen, arcos
Bogenwechsel(n), mudanças de arco (direção)
brechen, arpegiar
breit, largamente
breiter, longo

C
C, dó
D
D, ré
Dämpfer(n), surdina(s)
das, o
dasselbe, o mesmo
dem, o
den, o
der, o / do
des, do
deutlich, claro / distinto
d.h., isto é (i.e.)
die, a
Dirigenten, regente / maestro
Doppelgr., cordas duplas
drängen, apressando
drängend, stringendo
drängender, mais rápido
drei, três
dreifach, em três
dreinfahren, sempre para a frente
drittem / drittes, terceiro
dür, maior

E
E, nota mi
eben, exatamente
eilen, pressa
ein(e), um(a)
einem, um
Einem, um executante
einhaltend, restrito
einmal, uma vez
noch einmal, novamente
einzelne, individual
Empfindung, sentimento
energisch, enérgico
Entfernung, distância
erste / ersten / erster / erstes, primeiro
Es, mi bemol
etwas, um pouco / algo

F
F, fá
Fermate, fermata
Ferne, distância (ver Entfernung)
festhalten, manter
feurig, fogoso
Flag., harmônicos
fliessend, fluindo
fliessender, mais fluído
flüchtig, fugaz / passageiro
flüssiger, mais fluído (ver fliessender)
folgt, segue
freihängend, suspenso
freudig, giocoso / alegremente
frisch, vivo
für, para

G
G, sol
ganz, totalmente
ganze, inteiro
ganzlich, completamente
gebrochen, arpegiado (similar: brechen)
gedämpft, com surdina, abafado (Dämpfer = surdina)
gehalten(er), mais lento (ver bedächtig e angehalten)
gehend, andante / como alguém caminhando
gemessen(em) / gemessigt, medido
gemessener, mais medido
gepeitscht, excitado / estimulado
gerissen, cortar
geschlagen, tocado
geschliffen, ligado / legato
gest., gestopft, bouché (tapado)
gestrichen, tocado com arco
gesungen, cantando
get., geteilt, divisi
(mit) Gewalt, violentamente
gewöhnlich(e), normal, ordinário
gezogen, com arco (ver gestrichen)
gleiche, o mesmo / igual
gräzios, grazioso
grell, penetrante / estridente
Griffbr., Griffbrett, sul tasto, on the fingerboard, sur la touche
grosser, enorme
grösster, o maior de todos
gut, bem

H
H, si natural
Halbe, mínimas, half notes, minims
Hälfte, metade (de um naipe de cordas)
Händen, mãos
Hauch, respiração (ver atmen)
Hauptzeitmass, tempo principal
heftig, veementemente
hervortretend, proeminente, saliente / en dehors
hier, aqui
von hier an, daqui em diante
hoch, alto
(in die) Höhe, acima / no ar
Höhepunkt, climax
höher, mais alto (acima)
Holzrand, borda de madeira
Holzschl., martelo (baqueta?) de madeira
Holzstäbchen, batuta / baqueta / vareta de madeira
humorvoll, alla burlesca / com humor
I
im, no
immer, sempre / imóvel
immer noch, imóvel / parado
immer Halbe ohne zu drängen, marcar as mínimas numa pulsação constante, sem correr
in, para
innigster, mais sentido
ins, para

J
K
keck, insolente / atrevido
klagend, lamentoso / triste
klingen, vibrar (deixar o som ressoar)
klingen lassen, deixar vibrar / lasciare vibrare / laisser vibrer
Kondukt, cortejo fúnebre
Kraft, força
kräftig, vigorosamente
kurz, curto
K.V., Koechel-Verzeichnis, índice Koechel das obras de Mozart por Ludwig Koechel (1800-1877)

L
Laendler, valsa lenta, originária da região de Laendl, norte da Áustria
lang(e), longo(a)
langsam, lento
langsamer mais lento
lassen deixar, permitir
lebhaft, vivo / animado
leidenschaftlich, com paixão
leitmotiv, motivo condutor (expressão criada por Wagner)
letzten, precedente
lied, canção originária no romantismo alemão
M
m., com
Mal., tempo / compasso
markato, marcato (ver bestimmt)
markig, preciso / marcato
marschmässig, como uma marcha
mässig, moderato
mässigend, tornando-se moderato
mässig schnell, allegretto
Mediator, palheta (plectro)
mehrere, vários
mehrfach, muitos / vários
militärischer, militar
mit, com
möglich possível
munter, con brio

N
nach, para, no
Es nach E, „afine“ mi bemol para mi natural
nachlassend, rallentando
nächstfolgenden, seguindo, seguinte
natürlich, ordinário (natural ?)
nehmen, tome / mude para
nicht, não
nicht mehr, não mais / de agora em diante não é mais...
nimmt, tome / mude para (ver nehmen)
noch, mais / ainda
noch stärker werden, tornando-se ainda mais forte (intensidade)
noch ein wenig, um pouco mais
nur, somente

O
offen, aberto
ohne, sem
Orchester, orquestra

P
Paukenschlägel(n), baquetas de tímpano
Pauker, timpanista
Pause, fermata / pausa ?
plötzlich, de repente
Pulte, estantes (de uma orquestra)

Q
R
rascher, mais rápido
rein, precisamente
roh / roher, duro / áspero
ruhig, calmo
ruhiger, mais calmo

S
Saite, corda
sammeln, juntar
Satzes, movimento (de uma obra)
Sch. / Schalltr. / Schalltrichter, campanas de instrumentos de sopro
schlagen, reger
schleppen, atrasar
schleppend, atrasando
ohne zu schleppen, sem atrasar
Schluss, final
schmeichelnd, acariciando
schmetternd, barulhento
schnell, rápido
schneller, mais rápido
schon, calmo / parado (ver immer noch)
Schritt, andamento
schüchtern, com timidez
schwach, fraco
schwächer, mais fraco
schwer, pesado
mit schwung, con spirito
schwungvoll, enérgico
sechs, seis
sich beruhigend, tornando-se mais calmo
sind, são
singend, cantabile
so, como
Sord. / Sordinen surdinas (ver Dämpfer(n))
spielen, tocar
zu spielen, a ser tocado
spring. Bogen, sautillé
stark, vigorosamente
stärker, mais vigorosamente
Steg, cavalete / bridge / chevalet
steigern(d), aumentando
stets / stetig, constante
stimmen, voz (linha melódica)
straffer, mais tenso (retesado)
streng, tempo exato
Strich, golpe de arco
Strich für Strich, détaché
stürmisch, violentamente

T
Takt(e), tempo / andamento
im Takt, in tempo
Teil, parte
teilen, dividir
nicht teilen, uníssono
Ton, som musical
Töne sons
Trauermarsch, marcha fúnebre
Triole, tercinas
Trommel, instrumento de percussão (caixa, bumbo)

U
u., e
übergehen(d), progredindo, movendo-se para
übernimmt, toma, troca para
und, e
ungefähr, aproximadamente
unmerklich, quase que de maneira imperceptível
unten am Griffbrett, no final do espelho dos instrumentos de corda (parte de baixo ?)

V
Vehemenz, veemência
verändern, mudando
verklingend, morrendo
verlöschend, morrendo
viel, muito
vier, quatro
Viertel, semínimas
von, através, por
vorher, previamente
vorhin, previamente
Vorschläge, apogiaturas
vorwärts, empurrando o tempo para a frente

W
Wärme, calor
wechseln, mudar
wenig, pouco
ganz wenig belebt, somente um pouco mais animado
werden, tornando-se
wie, como, como se
wieder, novamente, de volta
wild, selvagem
womöglich, onde possível
wuchtig, pesado, poderoso
wuchtiger, mais pesado
wütend, furiosamente

X Y
Z
zart, suave
Zeit, tempo
(sich)Zeit lassen, tomar tempo
zögernd, demorando-se
zu, no / para / também
zum, para o / ao
zurückhalten, ralentar
zurückhaltend, ritenuto
zurückkehren, retornando
zuvor, previamente
zwei, dois
zweite, segundo
zwei oder mehrfach, besetzt, usando dois ou mais instrumentos
3fach, em três
4fach, em quatro
1., 2., (etc) primeiro, segundo, etc




Clodoaldo Leite Junior, abril 2001







legendas: itálico = palavra em alemão
normal= tradução da tradução em inglês
sublinhado= sinônimos em outras línguas (italiano, inglês ou francês)
negrito= palavras encontradas com freqüencia

Termos musicais (inglês)

PEQUENO GLOSSÁRIO DE TERMOS MUSICAIS ESTRANGEIROS

INGLÊS





bar, compasso (ver também measure)
barline, barra de compasso
beat, tempo (do compasso)
bow, arco
bridge, cavalete
clef, clave
crotchet, semínima (G.B.), ver quarter note
demisemiquaver, fusa (G.B.,) ver thirty-second note
down-bow, arco para baixo
eighth note, colcheia (EUA), ver quaver
fast, rápido
faster, mais rápido
fingerboard, espelho (instrumentos de corda)
first time bar, casinha de primeira repetição
flat, bemol
frog, talão (ver nut)
from the top, da Capo
from the very beginning, da Capo
hairpins, sinais gráficos de crescendo e decrescendo (“grampos de cabelo”)
half note, mínima (EUA), ver minim
hemidemisemiquaver, semifusa (G.B.), ver sixty-fourth note
key signature armadura de clave
key, tom
ledger lines, linhas suplementares
loud, forte
louder, mais forte
measure, compasso (na Inglaterra: bar)
middle, meio
minim, mínima
not too fast, não muito rápido
nut, talão
pause, fermata
pegs, cravelhas
point, ponta
pulse, pulsação
quarter note, crotchet
quaver,
repeats, barra de repetição
rest, pausa
scroll, voluta
second time bar, casa de Segunda vez
semibreve,
semiquaver,
sharp, sustenido
singing, cantando
sixteenth note,
sixty-fourth note,
slow, lento
slower, mais lento
soft, suave
softer, mais suave
soundpost, alma
spike, espigão
staff / staves, pauta
string, corda
tempo,
thirty-second note, fusa
time signature fórmula de compasso
tune, afinar (in tune = afinado)
up-bow, arco para cima
whole note, semibreve