sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Das Veilchen de Mozart (Goethe)

Das Veilchen

Johann Wolfgang von Goethe

Ein Veilchen auf der Wiese stand,
Gebückt in sich und unbekannt:
Es war ein herzig’s Veilchen.
Da kam ein’junge Schäferin
Mit leichtem Schritt und munter’m Sinn
Daher, daher,
Die Wiese her und sang.

Ach! denkt das Veilchen, wär’ich nur
Die schönste Blume der Natur,
Ach, nur eine kleines Veilchen,
Bis mich das Liebchen abgepflückt
Und an dem Busen mattgedrückt,
Ach nur, ach nur
Ein Viertelstündchen lang!

Ach! Aber ach! das Mädchen kam
Und nicht in acht das Veilchen nahm,
Ertrat das arme Veilchen
Es sank und starb und freut’sich noch:
Und sterb’ich denn, so sterb’ich doch
Durch sie, durch sie,
Zu ihren Füßen doch!

Das arme Veilchen!
Es war ein herzig’s Veilchen.

Obs: de acordo com meus parcos conhecimentos de alemão, “das” denota que o gênero é neutro.

The Violet

Johann Wolfgang von Goethe

A violet stood in the meadow,
modestly retiring and obscure-
it was a sweet little violet.
Then a young shepherdess,
light of step and gay of heart,
came along
through the meadow singing.

“Ah”, thinks the violet,
“if only I were Nature’s loveliest flower,
even but for a little while,
so that the darling girl might pluck me
and press me to her bosom,
even for
a mere quarter of an hour!”

But alas! Alas! The girl came by,
and, never noticing the violet,
crushed the poor violet underfoot.
Yet even as it fell and died it rejoiced:
“Though I die, at least I die
through her, through her,
at her very feet!”

The poor violet!
It was a sweet little violet.

A Violeta

Johann Wolfgang von Goethe

Estava uma violeta na pradaria
envolta em si mesma e despercebida;
era uma pequena e doce violeta.
Então veio uma pastorinha,
de passos leves e coração alegre
cantando aqui e acolá através dos campos.

Ah, pensa a violeta,
se eu pudesse ser a mais bela flor da Natureza,
fosse só por um instante fugaz,
de modo que a bela garota pudesse me colher
e me colocar junto a seu seio
por um mero quarto-de-hora!

Porém, ai! Ai! Veio a garota e,
sem se dar conta da flor,
esmagou a coitada sob seus pés.
Ainda, enquanto caía e morria, ela se regozijava:
é certo que morro, pelo menos morro por causa dela
por ela morro sob seus mesmos pés!

Pobre violeta!
Era uma pequena e doce violeta.

vertido do inglês por Clodoaldo, 2008.
ouça a peça com música de Mozart K. 476 (1785) em www.blip.fm na interpretação da soprano Kathleen Battle acompanhada por J. Levine